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Segunda-feira, completa 1 ano do incêndio no Museu Nacional do Rio de Janeiro

Atualizado: 3 de set. de 2019

No dia 2 de setembro 2018, o Museu Nacional foi consumido por um incêndio de grandes proporções, no que é considerado a maior tragédia museológica do Brasil. O acidente aconteceu justamente no ano em que a instituição comemorava 200 anos. Funcionários avaliam que quase todo o acervo em exposição foi consumido pelas chamas.

Localizado no Rio de Janeiro, o museu é a instituição científica mais antiga do país e uma das mais importantes do mundo. Foi fundado pelo rei Dom João VI em 1818, e seu primeiro acervo surgiu a partir de doações da Família Imperial e de colecionadores particulares.

O incêndio do Museu Nacional no Rio de Janeiro, é um retrato sombrio do país que vivemos. Um país sem preocupação com a preservação da própria memória e patrimônio.


A manutenção do Museu Nacional, custava o valor de 520 mil reais e, ainda sim, não recebia toda a verba desde 2014. Eram mais de 20 milhões de itens catalogados no museu.

Não existe preço que meça o prejuízo histórico e cultural do incêndio. Muito menos alguma previsão de termos um acervo semelhante novamente. Uma perda de 200 anos em história, artes, ciências e antropologia do Brasil.


Tudo começou com o ar-condicionado


O laudo pericial produzido pela Polícia Federal conclui que o incêndio, que destruiu o Museu Nacional, se deu devido a um curto-circuito em um dos aparelhos de ar-condicionado que estava localizado no auditório térreo do prédio.


Museu Nacional apresentava deficiências na segurança contra incêndios. Em 2004, já havia ocorrido um alerta por parte do governo estadual do Rio de Janeiro de que o Museu Nacional corria risco de incêndio, associado à má qualidade das instalações elétricas do edifício. Foi de fato uma tragédia anunciada.



O que mudou após 1 ano do acidente?

Quase 1 ano após o incidente, pouca coisa avançou na parte física da reconstrução. A estrutura dos telhados passaram por obras de sustentação e equipes trabalham no resgate do acervo. O foco inicial é aplicar os recursos para elaborar os projetos de engenharia e restauro.


Outro ponto que chama atenção é quanto as doações, já que de cada R$ 10 doados para a reconstrução da instituição, R$ 4,27 vieram do governo alemão.


A Itália é outro país que colabora com a recuperação do acervo. A colaboração inclui desde o trabalho técnico até o empréstimo de cerca de 2 mil peças. Atualmente, o Museu já tem um teto provisório, feito com um material metálico. A nova cobertura irá garantir o trabalho de reforço nas paredes do prédio, e também na construção do teto definitivo.



Recebidos R$ 3,2 milhões em doações a instituição ainda tem assegurados R$ 80,8 milhões do governo brasileiro. O custo da reconstrução, no entanto, é estimado em R$ 300 milhões.


Verbas do governo brasileiro


Além das doações, há as verbas do próprio governo brasileiro, que somam R$ 80,8 milhões.

Desde setembro do ano passado, o Ministério da Educação liberou recursos em três etapas, totalizando R$ 16 milhões. Parte desse valor, R$ 908 mil, chegou nos primeiros meses após o incêndio, para custear a restauração da fachada e dos telhados. A estimava que as obras comecem até o final do ano.


Há ainda R$ 21 milhões de um contrato com o BNDES assinado antes do incêndio, que previa restauração do palácio e da biblioteca central. Com o incidente, um adendo foi feito para manter as obras na biblioteca, não afetada pelo fogo, e usar o restante para recuperação da estrutura impactada.

Museu segue ativo


O Museu Nacional não deixou de operar após o incêndio, nem mesmo na semana do desastre. As atividades mudaram temporariamente de prédio, ocupando os pertencentes à instituição que foram preservados, como os do Horto Botânico.


As aulas, pesquisas e orientações continuam na rotina dos cerca de 90 funcionários e técnicos da instituição, dos quais em torno de 10 dividem o tempo com as buscas pelo acervo perdido nos escombros e outros até em campo.


Os projetos da SAMN, associação civil sem fins lucrativos, criada em 1937 para apoiar as atividades do museu, cresceram de um ano para cá. Hoje, a associação gerencia cerca de 20 iniciativas com cinco funcionários e diretoria formada por voluntários que trabalham na UFRJ.


O que podemos tirar com tudo isso?


É triste pensar que se o Brasil realmente se preocupasse com segurança e manutenção todo esse estragado poderia ter sido evitado. Se fizermos uma breve reflexão fica claro, a manutenção do Museu Nacional custava 520 mil reais um valor insignificante em comparação ao estrago que temos hoje. É preciso lembrar que o que é visto hoje como caro, amanhã pode ser um valor incalculável.

Estamos vivendo um cenário de tragédias repetitivas e, por isso, vale parar, pensar e se atentar sempre: Prevenção e Manutenção em primeiro lugar.


Fontes: Folha de São Paulo e G1

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